sexta-feira, julho 02, 2010

AS 5 DIMENSÕES DA FORMAÇÃO INTEGRAL

No processo de educação na fé por etapas, a PJ opta por trabalhar as diferentes dimensões na vida do jovem que precisam ser cultivadas. A visão de dimensões da formação integral ajuda os líderes da pastoral a não cair na tentação de promover um tipo de formação que seja reducionista: apenas psicológico, apenas espiritualista ou apenas político. Estas cinco dimensões devem receber atenção em cada etapa (descoberta do grupo, da comunidade, do problema social, da organização mais ampla etc). Porém, dependendo da etapa em que se encontram os jovens a maneira de tratar cada dimensão e a acentuação serão diferentes.
As dimensões da formação integral podem ser vistas em termos das diferentes relações que o jovem tem:

1. Consigo mesmo
2. Com os outros
3. Com a sociedade
4. Com Deus
5. Com a ação (capacitação técnica)

1) Dimensão da Personalização

1) Relação Consigo Mesmo (dimensão da personalização)


É a dimensão da relação do jovem consigo mesmo. Responde às necessidades de amadurecimento afetivo e formação positiva da personalidade. É a busca constante de uma resposta, não especulativa mas existencial, à pergunta: “Quem sou eu”?
Nesta dimensão o jovem precisa acolher a própria vida. Procura conhecer-se, aceitar-se, assumir-se a si próprio, como também procura desenvolver suas aptidões e qualidades, seus sentimentos e interesses com relação aos outros. A educação e a vivência da fé são concebidas como auto-aceitação, humanização, busca de sentido da vida e opções de valores.


2) Dimensão da integração grupal e comunitária

2) Relação com os outros (dimensão da integração grupal e comunitária)


Corresponde à dimensão social, da descoberta do outro como ser diferente e do grupo como lugar de encontro. O grupo oferece um espaço para ir descobrindo, de modo concreto e vivencial, a necessidade de realizar-se como pessoa na relação com o outro. Esta relação gera crescimento, exercita a crítica e a autocrítica como meio de superar-se pessoalmente e colaborar no crescimento dos demais.
Este processo de amadurecimento leva o jovem a uma progressiva abertura para as relações interpessoais, reconhecendo nos outros, valores, diversidades e limites. O jovem começa a fazer a experiência de um relacionamento mais consciente com a família, com o grupo e com a sociedade, até a experiência comunitária como referência permanente para sua vida. Na comunidade, o jovem se torna participante ativo e criativo de sua própria história. A educação na fé é concebida, aqui, como caminho a ser percorrido comunitariamente.

3) Dimensão sócio-política

3) Relação com a sociedade ( dimensão sócio-política)


Corresponde à dimensão da socialização ou da inserção do jovem na sociedade. Trata da convivência social com relações de justiça e solidariedade, com igualdade de direitos e deveres. A política é a arte de administração da convivência dos cidadãos. Capacita o jovem para ser cidadão consciente, sujeito da história nova, com participação crítica em favor da justiça e da vida digna para todos. Forma o jovem para ser capaz de projetar-se em sua comunidade local, nacional e internacional. É importante formar o jovem para a cidadania.
Esta experiência comunitária leva o jovem a confrontar-se com problemas cuja solução exige convergência de esforços e vontade política. A promoção do bem comum e a construção de uma ordem social, política e econômica humana, justa e solidária, torna-se um compromisso de fé. A educação na fé é concebida como ação transformadora da complexa realidade sócio-econômica-política e cultural.

4) Dimensão mística e teológica

4) Relação com Deus (dimensão mística e teológica)


Esta dimensão trata da vivência e fundamentação da fé do jovem, do encontro com a Pessoa de Jesus Cristo, sua prática, seu Projeto e seguimento em comunidade. É a presença de Deus agindo nos acontecimentos de sua vida, da vocação mais profunda de ser filho e irmão, do descobrimento de Jesus e da opção por segui-Lo, do discernimento da ação do Espírito nos sinais dos tempos da história pessoal, grupal, eclesial e social e do compromisso radical de viver os valores do evangelho. E o jovem descobre a Comunidade eclesial como lugar de alimentar e celebrar a vida na Fé.
Neste encontro com Jesus Cristo o jovem descobre Nele o sentido de sua existência humana pessoal e social. Nasce a experiência de fé que o faz viver como cristão autêntico. Passo fundamental nessa dimensão é transformar a experiência de vida pela força da fé em experiência evangélica. Integra-se a fé na vida. A educação da fé é concebida como interpelação constante entre experiência de vida e formulações da fé.
É necessário formar o jovem para ter uma experiência de Deus (espiritualidade ou mística) e ao mesmo tempo ajudá-lo a adquirir uma compreensão teórica da sua fé (teologia).

5) Dimensão metodológica e de capacitação técnica

5) Relação com a ação (dimensão metodológica e de capacitação técnica)

(PJ de Criciuma)

Corresponde à capacitação técnica/metodológica para o planejamento, desenvolvimento e avaliação da ação transformadora, para o exercício da liderança e coordenação democrática nos grupos, organizações e também junto às massas. Trata-se de ser profissional, realizando a missão com eficácia.
No processo de amadurecimento da fé o jovem sente necessidade de testemunhar a própria fé, empenhando sua vida no serviço aos outros. Para que sua ação seja eficaz, precisa entrar num processo de formação permanente, que lhe garanta a aquisição de técnicas e de competência educativa profissional para assumir tarefas de coordenador de grupos jovens, de comunicador da mensagem de Jesus Cristo e de formador de lideranças.
A ação é uma necessidade especial dos jovens e um instrumento pedagógico privilegiado. A partir de pequenas ações refletidas e avaliadas, os jovens vão crescendo em sua inserção eclesial e social para serem uma presença transformadora.